Sou água de fonte cristalina
À espera de escorrer em teus lábios.
Quero poder matar-te a sede
Hidratar os teus sentidos.
Sou ar que se movimenta em rodopio
Na ânsia de em ti entrar.
Quero insuflar-te de vida
E oxigenar o teu coração.
Sou terra húmida e fértil,
Húmus, solo arável
Quero adubar teu corpo
Fazer brotar flores em cada poro teu.
Sou fogo, chama ardente
Que atiça o teu desejo.
Quero queimar os teus medos
Reduzi-los a negras cinzas.
Sou tudo isto e nada sou
Mas o querer continua aqui:
Palpitando nos meus dedos,
Viajando pelas minhas veias
E implodindo em meu coração.