Sou

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"Sonho que sou alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quanto mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho...E não sou nada!..." Florbela Espanca

terça-feira, 26 de março de 2013

De dentro para fora...


"Lenda do Lis e do Lena" 

Quadro a óleo, cópia do original de Augusto Mota 




Por vezes dói.
Por vezes arranha.
Mas a mágoa deglute-se
E o sorriso brota de fora para dentro.
Engana os olhos de quem passa.
Alegra a boca de quem olha,
mas jamais enganará os braços de quem nos ama.
Ah! A magia de um abraço...
E tudo revigora de dentro para fora.




domingo, 24 de março de 2013

Dias que marcam ...


"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre."

(Há quem atribua a frase a Cecília Meireles, mas tenho algumas dúvidas)





Este sábado, em Leiria, decorreu a apresentação da V Antologia dos Poetas Lusófonos na qual tenho o prazer de participar com três poemas de minha autoria.
Uma tarde muito agradável, num ambiente lindíssimo ( Museu Imagem em Movimento) e com a poesia sempre presente: nas palavras, na música , nos sentimentos.




Melhor do que ter as minhas palavras presentes nesta antologia, foi poder abraçar alguns amigos , até agora virtuais.
Vi ao vivo e a cores a minha linda Flor de Jasmim e o meu adorável Rui ( com pinta) Pascoal e a sua querida esposa. 
 Foi um encontro que muito me emocionou e que ficará gravado na minha memória de afetos.
 Pude dividir este momento com o meu filho mais velho e com a amiga Carla David do blog Orquídea que já conhecera anteriormente.  



Penso que o meu sorriso expressa bem a minha alegria e diz mais que mil palavras que aqui possa escrever.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Maremoto ...




Imagem retirada da net





Lentamente me despertas destes sonhos cinza
Que a noite me oferece, envoltos em neblina.
Adamastores que vivem em mim.
O teu beijo salgado derrete o cansaço
Em que os braços gélidos da vida insistem em me enlaçar.
As tuas mãos afagam as louras vagas do meu cabelo
E aí navegam em suaves e infinitas blandícias.
Submersa no teu olhar, 
Já nem sei se vivo ou naufrago neste maremoto de emoção.
E as línguas soltam-se ávidas.
E os beijos aventuram-se sem receio.
Mergulhas em mim como barco à procura de abrigo
E eu deixo-te entrar, como farol que guia e conduz.
E o mar revolta-se, 
rebentando nas rochas ondas misteriosas de paixão, 
vestidas de prazer e tecidas a luxúria.




domingo, 17 de março de 2013

O teu sorriso




Entre o brilho de uma estrela 
e o perfume de uma flor
há o teu sorriso.
Discreto
Como gato manso
Meigo
como pena de andorinha
Quente
Como a luz de mil sóis.
É ele que me guia nos dias mais frios
quando o nevoeiro denso 
cobre os caminhos da vida.
O teu sorriso, pai
é do mundo. 
Da eternidade.
Mas na loucura do egoísmo guardo-o em mim.
É que me aquece por dentro, sabias?





Faltas-me.



segunda-feira, 11 de março de 2013

Morres-me...



Foto de Madeline Masarik




A tua voz foi a primeira lembrança  a desaparecer.
Sei que era doce.
Que me aconchegava.
Reconfortava.
Aquecia. 
Ah, era quente! Tão quente...
Fecho os olhos, tento ouvi-la no mais fundo de mim, mas nada escuto.
Choro de desespero.
Como me pude permitir esquecê-la?
Se te amava tanto
Se te queria com alma?
Como me podes morrer nos tímpanos, na retina, nos poros?
Morres-me.
E tanta pele que me falta...
E tanto sal se dissolve...
Depois desapareceu o teu cheiro.
Esse que gravavas na minha pele, na minha roupa, nos meus cabelos.
Sei que era intenso.
Que me abraçava.
Inebriava. 
Ah, era inebriante, sim.
Aspiro sofregamente, mas nada me chega de ti.
Apenas o aroma aniquilador da saudade.




quinta-feira, 7 de março de 2013

Fragilidades...

Foto de Tatiana Mikhina




Já não sou a gata mansa
Que ronronava baixinho, num sopro. 
Hoje sou leoa feroz
Que ruge alto e selvagem.

Já não sou apenas um espinho
Seco, duro e doloroso. 
Hoje sou rosa silvestre
Que desbrava o mato espalhando seu aroma.

Já não sou cinza arrefecida,
Poeirenta, inútil e só.
Hoje sou fogo incandescente
Que tudo inflama em redor.

Já não levanto a bandeira branca
Procurando sempre o último lugar da fila. 
Hoje sou a lutadora
Que comanda todas as batalhas.


Já não sou o grão de areia
Que incomoda no sapato 
Hoje sou rochedo sólido.
Imune até à erosão.


Já não sou marioneta esquecida
À espera que me dêem vida.
Hoje sou a actriz principal
Que abraça o palco e  bebe a emoção.

Vês como um dia tudo se transforma?





Para todos (homens e mulheres ) que fazem das fraquezas, forças.