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"Sonho que sou alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quanto mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho...E não sou nada!..." Florbela Espanca

domingo, 13 de março de 2011

Cabra- cega




-Cabra-cega
Cabra-cega
De onde vens?

-Venho do fim do mundo
Onde não chega a luz,
Só a dor!

- Cabra-cega
Cabra -cega
Trazes pão e canela?

-Trago a fome entranhada nas retinas
E o cheiro fétido de corpos moribundos entrosado na minha alma.

-Cabra-cega
Cabra-cega
Quantas voltas te vou dar?

-O meu corpo ainda balança
Na náusea da revolta.
Uma volta que dês
Far-me-á regurgitar o sangue que vi derramar.

- Mas, cabra-cega...
Assim não poderás jogar...

-Pois não. E a culpada és tu, puta de vida!




(Imagem retirada da net)

25 comentários:

  1. essa cegueira pupilar
    vem profunda dos
    questionamentos
    sem respostas
    da fome do saber
    e por onde caminhar
    nesse vão escuro
    onde as mãos tateiam
    apenas o arrepio
    que a pele dita
    quando toca
    sem saber o que?

    Abraços, flores e estrelas...

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  2. Sandra,
    marejaram-me os olhos..
    sem nada mais a dizer..
    beijo querida.

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  3. querida sandra,
    há jogos em que saimos sempre a perder nesta roleta-russa a que chamamos de vida...
    um beijo!

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  4. perfeito o teu post!
    imagino que tenha a ver com a tragédia no Japão.
    A imagem, o poema e música!
    E é como disseste lá no Mimos, não há como controlar a força avassaladora da Natureza.
    Gostei de te ver por lá.
    Beijo.

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  5. A revolta da nossa impotência perante o inexplicável mundo.

    beijo
    OA.S

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  6. Querida, que marcante sua poesia, me fez lacrimejar os olhos.
    Deixo aqui o meu carinho.
    Beijos no ♥

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  7. Sandra, achei o teu poema brilhante.
    Parabéns pelo talento poética que as tuas palavras revelam.
    Querida amiga, boa semana.
    Beijos.

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  8. Bastante profunda a sua poesia...grande beijo de boa segunda pra ti.

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  9. O jogo da cabra cega é obscuro, mas pertence ao trágico do existencia no anel de bronze que tudo engloba...a vida, que culpa tem? Ela é a inocente rainha das dores e da alegria. E por cada instante de alegria deixa marcas de dor que a poesia tb reflecte. Bela catarse poética.

    beijinho,

    Véu de Maya

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  10. Não saberia comentar a sua poesia, apenas sei que a vida me parece injusta as vezes.

    Um lindo dia.Bjs

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  11. És especial.Linda e emocionante.Foste fuuuuuuuuuundo!beijos,linda semana!chica

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  12. Cabra-cega a vida!... Devastador este seu poema pleno de uma "raiva" que se propaga para além da palavra.

    Obrigada.

    Um beijo

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  13. Olá poetisa, parabéns pelo dia de hoje.
    Texto lindo e profundo.
    No meio das palavras a constatação: realidade.

    Beijo Sandra.
    Fernanda

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  14. Sandra,
    ficou show sua participação na confraternização poética do xipanzeca,tive o grande prazer em participar também.
    Boas energias,paz,saúde,e muito amor nesse dia do poeta!
    bjs.
    Mari

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  15. Sandra, minha querida,

    O jogo da realidade na palma da mão.
    Brilhante e forte!
    Amei, bjs e boa semana

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  16. Um dia repleto de paz e carinho pra ti amiga...beijos e beijos.

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  17. Muito forte, mas real.
    Pois é, mas não nos podemos limitar a existir.

    *

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  18. Tantos desastres, tantas dores e o mundo se cega diante de tudo.Triste!
    Beijos achocolatados

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  19. "Vamos assistir pela
    DTV (tela plana digital -10mm - alta qualidade de imagem),
    o fim do MUNDO?!

    Acho que SIM!

    :)

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  20. Quase não a reconheci, mas justiça seja feita, você esmerou-se numa crítica social sobre um tema real. Além é claro de intenso e muito bem escrito. Eu te aplaudo de pé poetisa Sandra. E com muito orgulho de ser seu amigo. Parabéns!

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  21. Agora surpreendeste-me!!! Porque este post me passou ao lado e , sobretudo pela escrita...

    Acabo de comentar o teu post mais recente...E lá falo da paz que tu transmites...

    Netse, gostei desta tua raiva incontida! Um grito daqueles!!!

    De factos os nossos "eus" são vários e variados:)


    Parabens!!! Muito bom mesmo!

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  22. Um grito de revolta, embrulhado numa bela metáfora.
    O equilíbrio deste mundo é feito de estranhos equilíbrios que escapam ao nosso controlo.

    Beijos

    Runa

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  23. Provei do doce ao ácido nas suas poesias, essa em particular me saltou aos olhos, amarga, bela, inteligente...Do lúdico ao trágico...muito bom seu blog, sigo desde agora com prazer, e a propósito, obrigado pela visita e por seguir o meu!Abração!

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"A poesia é o sentimento que sobra ao coração e sai pela mão."
(Carmen Conde)